O nome acima foi alterado pelo Decreto 15.635, de 17 de janeiro de 1979. O professor Abraão de Moraes nasceu em Itapecerica da Serra em 17 de novembro de 1916. Iniciou sua carreira de professor aos 22 anos. Na direção do IAG da USP orientou a participação do Instituto no ano Geofísico Internacional 1957 a 1958, liderou a criação de um plano astronômico brasileiro, organizou o serviço astrométrico, de grande importância para o conhecimento do Hemisfério Sul Celeste e criou as condições para o desenvolvimento do grupo de trabalho em Mecânica Celeste no Brasil e que teve ressonância internacional.

Introduziu o Brasil na União Astronômica Internacional, remodelou e equipou o Observatório de São Paulo para os estudos dos fenômenos associados ao movimento do Pólo, para a formação de catálogos estelares, num programa completo de Astronomia Fundamental.

Foi membro da Comissão de Mecânica Celeste da União Astronômica Internacional e representou o Brasil por várias vezes em reuniões da Cúpula Científica Internacional entre as quais, na Comissão do Espaço Cósmico da ONU em 1959, 1962, 1965 e 1967. Em 1961, 1964 e 1967 representou o Brasil na União Astronômica Internacional e foi presidente do Simpósio Internacional de Astronomia realizado pela primeira vez em São Paulo.

Era membro efetivo da Academia Brasileira de Ciências; da União Astronômica Internacional; da Sociedade de Matemática de São Paulo; da Sociedade Brasileira de Física, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e da Academia Internacional de História e Ciência. Recebeu a mais alta distinção científica da França, era portador do Diploma da National Sciense Foundation, dos Estados Unidos e da Ordem do Mérito Aeronáutico do Brasil no grau de Brigadeiro.

Publicou importantes trabalhos no campo da Física Matemática, Física Teórica e Mecânica Celeste, sendo que seus primeiros trabalhos, em colaboração com Mario Schenberg, sobre equação-íntegro-diferencial dos dielétricos reais desenvolveu uma das soluções estudando suas propriedades.

Em 1943 elaborou uma teoria sobre o processo de desintegração do meson, publicou depois um trabalho sobre os problemas estatísticos relacionados à desintegração mesônica. Mas, o que considerava sua maior contribuição científica, foi a teoria que elaborou quando foram lançados dos satélites artificiais, em 1958, “Das Influências Principais do Achatamento Terrestre e da Resistência Atmosférica sobre o Movimento do Satélite”.

Os processos então usados para determinar o achatamento e forma da Terra eram baseados em medições diretas, trabalhosas e morosas. O estudo trouxe à Ciência um novo método que permitiu a determinação do achatamento do nosso planeta com precisão jamais alcançada. Em 1955, ao ser designado para o cargo de diretor do Observatório de São Paulo, o professor Abraão de Moraes declarou: “Não sou propriamente um astrônomo, mas diante de deficiência de astrônomos, entre nós, fui obrigado a aceitar a direção do estabelecimento”.

Saiu-se muito bem, dirigindo boa parcela das atividades do estabelecimento para a Astronomia Fundamental, de alta precisão e que exigia, como exige, cooperação internacional. Faleceu na Capital Paulista em 11 de dezembro de 1970.

Fonte: Arquivo Histórico de São Paulo